Encosta a sua Cabecinha no meu Ombro e Chora

Eu não estou envelhecendo, estou me tornando um clássico!

Prova disso é que hoje, além de outras coisas, me lembrei de uma poesia de Cassimiro de Abreu:

“Oh! Que saudade que eu tenho;

da aurora da minha vida;

da minha infância querida;

que os anos não trazem mais!”

Tudo começou quando eu, minha esposa e meu filho fomos almoçar em um restaurante. Ali, em um palco improvisado, dois cantores animavam os comensais com algumas músicas:  entre essas músicas, eles cantaram a fabulosa melodia “Cabecinha no Ombro”.

Isto me fez lembrar da minha infância, quando ouvia constantemente essa música no rádio e, em minha própria cabecinha de garoto, ficava imaginando quem seria o autor e como ele fez para criar tão maravilhosa música.

Eu, em minha fantasia de garoto, criava músicas e pensava comigo mesmo: ainda vou escrever uma música mais linda que essa.

Ainda não escrevi a tal música, mas não passou a vontade de fazê-lo!

Bem, mais tarde descobri que o autor de “Cabecinha no Ombro” foi o Paulo Borges, do Rio de Janeiro, que lançou esta música em 1957/58, sendo gravada posteriormente por centenas de intérpretes, entre eles, Ângela Maria, Nara Leão, Amália Rodrigues, Sérgio Reis, Almir Sater e tantos outros, além de outras gravações em línguas estrangeiras, inclusive o japonês.

O próprio Paulo Borges teria afirmado que a inspiração para a música veio de um episódio da sua vida.

Segundo contam, ele tinha uma amiga muito querida, do qual tinha uma “queda”, mas, por aquelas desventuras da vida, ela gostava de outro que, por sua vez, não gostava dela.

Um dia quando ambos viajavam de bonde no Rio de Janeiro, ela encostou o rosto em seu ombro e começou a chorar, vindo daí a inspiração para a música.

A preciosidade dessa relíquia, além da sua fantástica melodia, está na simplicidade do gesto, no profundo significativo do ombro amigo, do refúgio seguro e acolhedor e de todo o encanto daquele momento único.

Vamos relembrar juntos os principais trechos desta incrível música:

Encosta a sua cabecinha no meu ombro e chora…

E conta logo suas mágoas todas para mim.

Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,

Que não vai embora.

Porque gosta de mim.

Amor, eu quero os seus carinhos,

Porque, eu vivo tão sozinho.

Não sei se a saudade fica ou ela vai embora,

Se ela vai embora…

É isso aí!

Que a paz esteja com todos

Darci Men.

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.