Coisas da cidade de São Paulo:
Às vezes, a cidade de São Paulo, a terra da garoa e de todos os brasileiros, se transforma na terra da “lagoa”, de tanta água que caí.
Nestas ocasiões, só se ouve falar em enchentes, desmoronamentos, inundações e por aí afora e, é nessas horas que você vê todos correndo da chuva ou será que é correndo na chuva?
Nestas horas, alguém comenta:
— Ô meu! Não sabe que correndo na chuva você vai se molhar mais que andando?
Pois é, os cientistas dizem que os pingos da chuva podem cair diretamente sobre a cabeça da pessoa ou, quando a pessoa correr, encontrar-se diretamente com ela. Como a área da superfície da frente de um indivíduo é muito maior do que a cabeça e os ombros, você molha-se mais se correr do que andando!
Bem, caros paulistanos, nestas horas, o melhor mesmo é curtir a chuva e fazer como o Gene Kelly, no famoso filme “Cantando na Chuva” ou “Singin’ in the Rain”, de 1951. Aliás, dizem que quando Gene Kelly gravou aquelas cenas estava com 39 graus de febre. Pelo jeito ele gostava mais de chuva que os “molhados” paulistanos!
Mas os paulistanos gostam mesmo de chuva? Tem de gostar! Não tem outro jeito! Quando não é chuva é tempestade e quando não é nem uma das duas é a irritante garoa (que não deixa de ser uma chuva). Quando faz sol pela manhã chove à tarde ou vice-versa.
Portanto o paulistano gosta de chuva e não se fala mais nisso. Ele é “perseguido” pela chuva, veja alguns exemplos:
a) Diariamente enfrenta sol, calor, frio e, principalmente, a chuva. Tudo isso no mesmo dia.
b) Tem a mania de lavar e polir o carro no final de semana, mas basta terminar o serviço e cai aquele temporal.
c) Passa a temporada na praia, mesmo sabendo que vai chover a maior parte do tempo.)
d) Quando leva o guarda-chuva não precisa dele, só estorva. Mas quando não leva, é “batata”, volta todo molhado!
e) Compra móveis novos para pagar em “inúmeras” prestações e a enchente estraga tudo.
f) Mas, o duro mesmo é enfrentar o “mandachuva” (seu patrão ou chefe). Geralmente esses caras são tão chatos que fazem até “chover no molhado”.
Mas a chuva também trouxe coisa boa para o paulistano, basta lembrar-se de algumas obras e de alguns autores/artistas, tais como: o Adoniram Barbosa, o Mário Lago e os Demônios da Garoa, entre outros:
Vamos lembrar de algumas destas obras:
Trem das Onze, de Adoniram Barbosa, interpretada pelo Demônios da Garoa(1965) – acabou virando música símbolo da cidade de São Paulo. Vamos cantar juntos: “Não posso ficar nem mais um minuto com você / Sinto muito amor, mas não pode ser / Moro em Jaçanã”…
Samba do Arnesto, também de Adoniram Barbosa e interpretadas pelos Demônios da Garoa, (1958): “O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás / Nós fumos não encontremos ninguém”…
Amélia, de Mário Lago e interpretada por Ataulfo Alves, (1961): “Ai, meu Deus, que saudade da Amélia / Aquilo sim é que era mulher / Às vezes passava fome ao meu lado / E achava bonito não ter o que comer”…
Salve a chuva, gente!
E que a paz esteja com todos.
Darci Men
salve a chuva…
queria ver os brasileiros dançando como Gene kelly nos dias de chuva, com certeza iria mudar o humor do povo.