O Celular

  Em uma ocasião, minha filha Karina veio com a seguinte conversa:        

– Pai, eu sei que você não gosta de celular, mas comprei um aparelho e você não quer ficar com o antigo? Olha que é um excelente celular: tirar fotografias, acessa internet, toca música, tem jogos e até serve de telefone!     

– Bem eu não gosto de celulares, acho incômodo e vivo esquecendo o danado aqui e ali, mas acabei aceitando, afinal, dizem que cavalo dado não se olha os dentes. Isto me lembrou de uma crônica que li algum tempo atrás, acho que era do Diogo Mainardi, mas não tenho certeza.

Na ocasião tinha levado minha “garota” ao médico e lá estava um monte de revistas para passar o tempo. Acabei lendo um texto que achei muito interessante que dizia assim:  

O telefone celular é uma novidade bem recente que ainda não consta em muitos dicionários.

O mestre Aurélio morreu conhecendo, no máximo, um telefone sem fio. Na maioria dos dicionários, vai encontrar assim:

Celular: que tem células; celulífero, celuloso. 

Não fala nada de telefone.

Por que esse aparelhinho tão sofisticado se chama celular?

Eis a grande questão. Poderia se chamar telefone atômico, móbil (como chamam os espanhóis), ou telefone molecular. Poderia ser telefone celuloide.

Mas não. É celular e não se fala mais nisso.

O problema é que brasileiro é sempre desligado e acaba se “desligando” que pode desligar o tal aparelho.

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