Sentado em um ponto de ônibus velho e decrépito, Lucas sentia a atmosfera sombria envolvendo o lugar. Era como se o tempo tivesse parado naquele ponto, preso em um eterno loop temporal. Ele olhava em volta, os sons distorcidos e as sombras dançantes aumentavam seu desconforto. O céu escureceu rapidamente, revelando uma noite sem estrelas.
O vira-lata de pelo desgrenhado e olhos brilhantes se aproximou, farejando o ar com inquietação. Seu latido ecoou, uma nota dissonante na sinfonia do medo que preenchia o ambiente. O cachorro parecia ter uma consciência inabalável do terror que assolava aquele ponto de ônibus.
Lucas tentou se levantar, mas um impulso invisível o mantinha preso ali. Cada movimento era como se ele estivesse nadando contra uma corrente poderosa. Uma força invisível o empurrava de volta para o banco, restringindo sua liberdade e reforçando a sensação de prisão.
Enquanto isso, o loop temporal se repetia incessantemente. O mesmo ônibus velho escrito 15A aparecia, suas portas rangiam abrindo para revelar figuras pálidas e deformadas. Passageiros sombrios embarcavam, seus rostos distorcidos pelo tormento eterno. Os olhos de Lucas encontraram os olhos vazios dessas almas perdidas, e ele sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
A cada repetição, o cachorro vira-lata parecia saber o que estava por vir. Ele latia, uivava e arranhava o chão em um frenesi desesperado. Suas ações eram um aviso silencioso para Lucas, uma advertência para não se render à escuridão que se aproximava.
Enquanto o loop temporal continuava, Lucas percebeu que as figuras sombrias começaram a se aproximar dele. Seus murmúrios ecoavam em seus ouvidos, palavras incompreensíveis que desafiavam a lógica. Ele sentiu o toque gélido de suas mãos esqueléticas, sugando sua energia e devorando sua sanidade.
Em um último esforço desesperado, Lucas se levantou, ignorando a força invisível que o mantinha cativo. Ele agarrou o cachorro vira-lata, encontrando coragem em seu olhar valente. Juntos, eles correram em direção à escuridão, escapando do ciclo infernal que os aprisionava.
Enquanto fugiam, o ponto de ônibus velho e decrépito desapareceu gradualmente, como um sonho ruim se dissolvendo na névoa. Lucas olhou para trás uma última vez, vendo as figuras sombrias se dissolverem na escuridão.
Finalmente, o tempo se desenrolou, e Lucas e o cachorro vira-lata encontraram-se em um mundo sem amarras, livre do terror do loop temporal. Eles seguiram adiante, carregando consigo as cicatrizes de uma experiência que desafiou todas as noções de realidade. Porém, sua determinação e vínculo inquebrável os guiaram para longe daquele ponto de ônibus assombrado, rumo a um futuro incerto, mas cheio de esperança.