O espanador

É de uma experiência em que participei e onde vi a “descrença” e a “dificuldade” que algumas pessoas têm das coisas novas, das mudanças, exceto quando o assunto interessa.

Para ilustrar melhor, alguns dados históricos:

“No século VI antes de Cristo, o matemático grego PITÁGORAS (572 – 497 a. C.), disse que a Terra era redonda, mas poucos acreditaram nele. No século III antes de Cristo, o astrônomo grego ARISTARCHOS (310 – 230 a. C.), disse que a Terra girava em torno do Sol, mas a ideia não foi aceita. No século I antes de Cristo, o também grego ERASTÓTENES (276 – 194 a. C.) mediu com precisão o perímetro da Terra (cerca de 40.000 km.), mas ninguém acreditou nele. No século II depois de Cristo, outro grego e também astrônomo PTOLOMEU (85 – 165 d. C.), afirmou que a Terra era o centro do Universo e todos acreditaram nisso durante os seguintes 1.400 anos.”

O Espanador

Há alguns anos, os caixas bancários só executavam tarefas relacionadas com “dinheiro vivo”, ou seja, ficavam naquelas “gaiolas” e se limitavam a receber ou pagar em dinheiro, as demais tarefas eram executadas por outros funcionários.

Um jovem do Departamento de Organização e Métodos do Banco Mercantil de São Paulo, visando maior desempenho e melhorar custos, teve a ideia de ampliar essas tarefas, fazendo com que os caixas passassem a executar quase todas as tarefas de uma agência bancária, que ele chamou de “caixa executivo”.

Quando apresentou sua ideia à Diretoria do Banco, o jovem, todo entusiasmado, relatava as vantagens da sua ideia:

— Estamos desperdiçando mão de obra. – dizia ele — Imaginem os senhores que, com os caixas executando várias tarefas, poderemos reduzir nosso efetivo de pessoal, dar mais conforto aos nossos clientes, maior rapidez no atendimento ao público, etc.

Um dos diretores, da ala conservadora, indagou preocupado:

— Mas se esses caixas, além de pagamentos e recebimentos, vão também atender os problemas dos clientes, verificarem saldos, fazer cálculos de juros, transferências, etc, então teremos, também, que comprar um espanador para cada um.

— Espanador?! – disse o espantado jovem.

— Sim, porque se esses caixas podem fazer tanta coisa ao mesmo tempo, basta enfiar-lhes um espanador no rabo e eles limparão, também, a poeira do recinto.

NOTA: Este foi um fato verídico. Apesar da contrariedade de dois diretores, o projeto foi aprovado e implantado. Um ano mais tarde, quase todos os bancos adotaram sistemas similares, que perduram até hoje.

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Autor convidado: Darci é um ex-bancário que tem uma porção de histórias e casos para narrar, sempre com algum fundo histórico.

 

12 comentários em “O espanador”

  1. Querido amigo avassalador… acho que estamos sub utilizando nosso twitter… mas não tenho paciencia para dar todos nossos passos no twitter… é muito sacal!!!!

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  2. Diogo,

    pode ter certeza que não é só o banco que tem espanadores como também diversas empresas por ai. É muito mais fácil ter um um "faça-tudo" e pague "um". rs. Adorei o conto e espero que nas férias a gente consiga "finalmente" desenvolver algum trabalho juntos. Beijos.

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  3. Rsrrs..

    Obrigada,vi seu comentário no meu blog..estou iniciando, aos poucos vou modificando e creio q não será assuntos apenas relacionados c beleza, vai ser diversificado..rsrs…Ainda estou estudando a possibilidade!! 🙂

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