Lizzie Bordello e as Piratas do Espaço

Eu conheci as piratas do espaço pelas histórias publicadas no blog lizziebordello.com (que não está mais no ar), gostei tanto que comprei a HQ. E não me arrependi! Pelo contrário, me apaixonei ainda mais pelas personagens e pelo jeito de contar histórias da Germana Viana 🙂

De cara, somos apresentados à tripulação: a Fran cuida da comunicação; Lizzie Bordello é capitã e cozinheira; temos a Deus que “é difícil de definir”; e pra finalizar, a Lambretinha, novata da equipe que cuida da área tecnológica. 

E na história que se chama POMBAS!, os vilões são… Bom, acho melhor vocês virem por seus próprios olhos… Vou deixar o suspense no ar, mas digo que a situação é tão crítica que elas vão para uma Escola de Phoddice para Moças realizar um treinamento para conseguir derrotar esse inimigo. 

A trama está recheada de uma bela zoeira básica com filmes de ação, com direito até a um Deus Ex Machina* que é sensacional! 

A zoeira não está reservada apenas para a primeira história, ela permeia toda a HQ e, com a zoeira, vem um montão de referências à cultura pop, às nerdices e aos trocadilhos em geral, como HAVAÍ-Cinco-Zê, Xismen, Goddess of war etc. Você não passa uma página sem rir 😀 

Como vocês viram uns parágrafos lá para cima, uma das personagens é Deus… e claro que a sua irmã é a Capeta! Situação familiar que gera umas situações bem loucas, tudo para o deleite do leitor! 

As histórias se passam no futuro, já que as personagens principais são piratas que viajam pelo espaço (e pelo tempo). E, além da ambientação sci-fi, todos os “causos” narrados têm um final inesperado que nos pega desprevenidos no meio da leitura. Uma característica bacana da forma como as narrativas são construídas é quando a narradora-quadrinista fala com o leitor ou quando as bucaneiras quebram a quarta parede. 

A história que encerra o volume se chama Senhor Fulano e, além de proporcionar várias risadas, nos faz refletir sobre alguns aspectos da nossa sociedade. Por exemplo, quando o vilão usa o Raio fulanizador, fica todo mundo igual: o mundo e as pessoas ficam monocromáticas, sem graça, sem cor, sem vida! Pois, para ser “normal”, renunciamos a quem realmente somos e à toda beleza que vem com isso. 

Outra característica visual da HQ são os intervalos entre uma história e outra marcados por pôsteres e demais zoeiras. 

Eu me identifiquei bastante com as personagens e as histórias, por mais loucas que ambas sejam! Ou talvez, por isso mesmo! 

A narrativa, tanto textual quanto visualmente, é dinâmica e cheia de ação e palavrões, e incorpora muito bem a linguagem e as gírias da internet, tudo isso brincando com a metalinguagem e com vários estereótipos que tentam nos “fulanizar”. 

*Deus Ex Machina: expressão latina que significa “Deus surgido da máquina”, é normalmente usada para se referir a uma solução inesperada, mirabolante e/ou inverossímil para finalizar uma obra de ficção. 

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Título: Lizzie Bordello e as Piratas do Espaço 

Autora: Germana Viana 

Editora: Jambô 

Páginas: 80 

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