Sonho 002

 

Cena 01

Estávamos eu e mais uma amiga em sua casa, final de tarde, o sol quase posto e as luzes da cidade se acendendo. Na laje da casa dela apreciávamos a “bela” vista do bairro suburbano quando vimos um grupo de 25, 30 pessoas caminhando apressadas, usavam uniformes de uma fábrica próxima e traziam pneus, alguns carregavam nos braços e outros em carrinhos de mão, uma pilha enorme rapidamente era formada no beco.

De onde nós estávamos era quase certo que não podíamos ser vistos, paramos de conversar e observamos. No final da turba estavam três sujeitos que parados apenas observavam a cena.

Eles eram estranhos, havia um brilho avermelhado nos olhos. Assim que os outros terminaram a pilha os três de olhos vermelhos sacaram estranhas armas e atiraram. Ficamos atônitos. As armas soltavam raios que “desmanchavam” partes das pessoas atingidas, sobrando apenas massas disformes.

Do grupo que carregava pneus sobraram 5 que se uniram aos outros 3 e juntaram os restos dos operários jogando pedaços de roupas, ossos e carnes deformados sobre a pilha.

E eles correram de lá.

Cena 02

Eu e minha amiga corremos pelos corredores de um bairro simples, era dia, conseguimos entrar em uma casa, fazia silêncio dentro e fora, cautelosos, fomos para a cozinha, procurei algo na geladeira, estava com sede e fome. Dividimos um pedaço de queijo sem falar.

Ouvi passos vindos de um cômodo próximo, alguém estava se aproximando, procurei onde nos esconder, mas não houve tempo, a porta se abriu, era um senhor de cerca de 50 anos, ele tinha um pé de cabra na mão, olhei seu olhos, não eram vermelhos.

Cena 03

Eu, minha amiga, o Sr. e sua neta de 10 anos ouvimos o som de correria da rua, corremos para nos esconder, mas a curiosidade era mais forte, ficamos em um dos quartos onde podíamos ver um pouco do que acontecia em uma fresta na janela. Pessoas correndo. Os “ciclopes” correm e atiram, vemos as pessoas se desmanchando, não podemos fazer nada. A neta vê que um amigo dela está correndo, ela não aguenta a impotência e tenta correr pra ajudar, o velho a segura, ela escapa, fico apreensivo, o velho desesperado, nós a seguimos.

Quando ela chega na rua os ciclopes já passaram em sua perseguição, e ela mostra com suas mãos o que parece ser a maior parte do que sobrou de seu amigo… Um tênis com parte de seu pé derretido dentro.

Cena 04

Voltamos para a casa dela para pegar algo, é noite, a cidade está apagada, a não ser por grandes fogueiras em diversos pontos da cidade formadas pelas pilhas de pneu e restos mortais de nossos vizinhos, amigos e parentes. O velho está ferido, é provável que não sobreviva, logo seremos apenas três, eu, minha amiga e a criança.

Em meus devaneios enquanto aguardamos o momento de partir me pergunto se essas fogueiras vistas do céu formam alguma imagem bonita.

Fim.

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