Língua e Liberdade

Por uma nova concepção de língua materna

Celso Pedro Luft é um renomado autor de dicionários e manuais de Gramática. No entanto, em Língua e Liberdade o que ele defende não são regras gramaticais, mas uma nova concepção do ensino desta matéria.

Luft inicia o livro apresentando O gigolô das palavras, crônica de Luís Fernando Veríssimo. O texto mostra um homem apaixonado pelas palavras e pela língua, mas afirma que, com exceção de algumas, a maioria das regras são dispensáveis.

A partir daí, Luft começa uma discussão para defender um ensino da língua sem repressão e que realmente desenvolva nos alunos suas habilidades de comunicação nas modalidades escrita e falada, mostrando as infinitas possibilidades criativas de ambas e também de suas diferentes aplicações.

Um dos conceitos apresentados pelo autor é “todo falante é um gramático que se ignora”, quer dizer, inconscientemente, todo aquele que é falante de uma língua conhece as “regras” da fala, sabe como usar as palavras para que seja comunicado exatamente aquilo que quer expressar.

Este conhecimento é tácito e o ensino de Gramática na escola deveria cumprir a função de tornar explícito o que o aluno já sabe sobre a língua, apresentando e incentivando novas alternativas de comunicação.

O importante não é saber regras decoradas, mas saber utilizar-se das possibilidades de expressão da língua.

“Não tem importância trazer de cor regras explícitas: não creio que todos os nossos bons escritores fossem aprovados num teste de Português à maneira tradicional, e no entanto, são eles os senhores da Língua.”

Livro: Língua e Liberdade: por uma nova concepção de língua materna

———————-

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.