Pai

Faz cerca de um mês que recebi uma ligação durante o horário de trabalho. Atendi meio alarmado, já que raramente alguém me liga durante a tarde. Era uma tia minha.

Apreensiva, me comunicou que havia ocorrido um grave acidente com meu pai. Informei-me sobre sua localização, avisei-a da minha, arrumei minhas coisas e fui direto para o Hospital Mário Covas, em Santo André, cidade vizinha.

Ao chegar lá, encontrei alguns familiares e minha mãe, aí fiquei sabendo de mais detalhes.

Ele caiu de um andaime, quase 8 metros de altura (cerca de 3 andares).

Fratura exposta na perna esquerda, alguns diziam na tíbia, outros no fêmur… E não sentia as pernas.

Estava fazendo exames e logo iria pra cirurgia. Mas, para alívio de todos, fora algumas escoriações, ele estava bem, lúcido, fez até piadas. Eu não quis vê-lo antes da operação.

No dia seguinte, visitei-o.

Conversamos, e parecia que ele estava muito bem! Tirando algumas ferragens na perna e o fato de ter que ficar deitado o tempo todo, senti muito alívio por ver que meu pai ainda estava ali, conversando, se alimentando, desperto e vivo. Bem vivo!

Quando voltei do hospital fiquei feliz por não estar voltando de um cemitério.

A perna foi fraturada e operada em 3 locais, e uma vértebra foi danificada na queda.

Nesse período, ele passou mais 4 vezes pelo centro cirúrgico, se recuperando bem de cada longa cirurgia e dos efeitos abaladores da anestesia geral.


Mesmo com algumas pequenas complicações, correu tudo bem. Alguns períodos emocionalmente mais difíceis, como o Natal, o Ano Novo, os aniversários do meu irmão, do meu pai e da minha mãe, com ele ausente pela primeira vez na vida, foram superados com calma…


Ontem o vi, está quase sentado, os braços continuam fortes, as pernas precisam de cuidado e muita fisioterapia, estão livres das ferragens externas que ajudaram na cura, mas que atrapalhavam sua mobilidade.


Agora é hora da recuperação, serão meses de batalha, mas ele aguenta, é forte, resistente, tem um corpo que se cura rápido e bem, e agora está cheio de metal nos ossos, assim como alguns personagens de quadrinhos.


Em breve, ele retorna pra casa, local em que ele faz muita falta, mas é bom saber que voltará! Uma nova etapa começa. E estamos todos preparados.


Agradeço a todos que se preocuparam, os que se manifestaram e os que preferiram ficar observando o caso com mais discrição.

Abraço a todos!

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1 comentário em “Pai”

  1. Acredito que tudo o que acontece tem um propósito. No caso do Gordinho, por mais complicado que foi no início, sempre estivemos unidos, um consolando o outro, e ele consolando todos nós com a força que ele tem! E o propósito disso tudo é continuarmos assim, mais unidos do que nunca! E que venham os novos desafios, pois é pra isso que viemos pra esse mundo, para vencê-los!

    Bjos.
    DebbieM.

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