As ciências na sociedade atual – Uivos Filosóficos

por Eder Vitorino

O século XIX foi responsável pela descoberta das ciências, artes e da “descoberta do homem” na história chamada de progresso.

A vida dos seres humanos é melhorada (alterada) pelas técnicas das ciências como a sociologia com Karl Marx e Frederich Engels; avanço da física no século XX como a Teoria da Relatividade de Albert Einstein e a física quântica de Max Plank e Niels Bohr e a visão otimista de Auguste Comte que atribui o progresso da humanidade às ciências partindo do princípio: “Saber para prever, prever para prover”.

O desenvolvimento das ciências proporciona o controle científico da sociedade aumentando o desenvolvimento social que, inconscientemente, acaba por nos separar de Deus. Essa mesma ideia de Comte está na bandeira brasileira: ordem e progresso.

A historicidade do homem levou a ideia de que cada sociedade tem sua história ao invés de uma história universal, ou seja, a ideia de que o progresso legitima colonialismos e imperialismos dos chamados “adiantados” para com os mais “atrasados”, justificando a dominação social, cultural e econômica de certos países (sociedades) sobre outros.

A confiança plena no saber científico e na tecnologia afirmava a crença de que era possível dominar e controlar a natureza, a sociedade e os indivíduos.

Acreditava-se que a sociologia poderia organizar racionalmente a sociedade para evitar revoluções, revoltas e desigualdades; a psicologia ensinaria as causas dos comportamentos, emoções e os meios de controlá-las e nos livrar-nos das angústias, medos e loucura para também nos adaptarmos perfeitamente às exigências da sociedade.

No entanto, os acontecimentos do século XX, tais como as duas guerras mundiais, o bombardeio de Hiroshima e Nagazaki; ditaduras nazista e stalinista, guerras da Coreia, do Vietnã, Oriente Médio, Afeganistão, ditaduras sangrentas na América Latina e na África, devastação de mares, poluição do ar e, principalmente, problemas éticos e políticos, fizeram com que a filosofia começasse a desconfiar desse otimismo científico-tecnológico.

As ciências e as técnicas mostram que cada época histórica da humanidade possui sentido e valor próprio que desaparecem em épocas seguintes.

O conceito de que a humanidade pode ser melhorada pela ciência tornou-se realidade apenas para uma minoria e o conceito de “dominante e dominado” no sentido econômico e social foi perdido, assim como a sociologia não evitou revoluções (como a Primavera Árabe) e a psicologia não indicou meios de controlar nossos comportamentos (ainda há pessoas com síndrome do pânico, ansiedade, depressão); o progresso é só para alguns, como os políticos da nossa República, enquanto a população das classes mais baixas não logrou dos avanços, logo, as sociedades são diferentes umas das outras, não havendo transformação contínua e progressiva da humanidade.

Para saber mais, leia:

Filosofia: Marilena Chauí. Aspectos da filosofia contemporânea.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo: Ática, 2002.

2 comentários em “As ciências na sociedade atual – Uivos Filosóficos”

  1. Acredito que a Ciência até tenha boa intenção, mas interesses econômicos acabam prevalecendo e, como o lucro no Capitalismo, são poucos os que acabam beneficiados com seus avanços.

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  2. A ciência pode ter tentado melhorar as coisas para o ser humano. Mas sem estudo da massa, não há progresso inteligente. Podemos prosseguir para o futuro, por quanto, estaremos regredindo. Contudo, se o mundo enchergar a realidade diante dos olhos…Ai sim, estaremos preparados para a ordem de crescimento progressivo na ciência global.

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