La Lunna – Retrospectiva 2009: A Luta Continua

Encerramos o ano de 2009 com uma certeza: a luta das mulheres trabalhadoras continua! Tivemos vitórias importantes, mas não podemos esquecer que vivemos sob o sistema capitalista e nele é impossível a total emancipação da mulher ou o triunfo de todos os oprimidos. 

Primeiramente, no que se refere aos  conquistados pelas mulheres, a Constituição Federal estabelece no seu art. 5º, inciso I que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Sabemos que isso nem sempre se cumpre e que as mulheres precisam definitivamente lutar por melhores condições de trabalho, saúde e direitos políticos.

Falamos sobre um tema muito polêmico, o aborto. O direito de a mulher decidir sobre o próprio corpo, não quer dizer utilizar o aborto como método indiscriminado.

Basta lembrar o caso da jovem de nove anos que apresentou uma gravidez como resultado de estupros seguidos que sofreu de seu padrasto, violência a que foi submetida desde os seis anos de idade. A moral cristã, por sua vez, contra o aborto da jovem, defendeu os valores que julgam corretos, como defender a vida de um inocente. E a garota? Quem defendeu a sua vida e inocência perdida?

Detalhe de Be_a_woman_by_PtiteCocci.

Continuamos dizendo que a crise econômica atinge cada vez mais as mulheres e homens da classe trabalhadora, retirando direitos e negando oportunidades. Mascarando-se sob o pretexto da geração de mais empregos, com baixos salários e condições de trabalho precarizadas.

A mulher como objeto sexual, pensado e utilizado como mercadoria. Segundo o site “Brasil de fato”, a cada segundo, aproximadamente oito mulheres e meninas no mundo caem nas redes internacionais do tráfico de pessoas. Números da Organização Internacional do Trabalho mostram que, anualmente, quase um milhão de pessoas são traficadas no mundo. A maioria é usada para a exploração sexual. 98% são mulheres.

A situação não é diferente com as mulheres lésbicas, colocadas ao último plano da discriminação, são invisíveis à sociedade e a busca por seus direitos está apenas no início.

Quanto à liberdade ao prazer, a mulher ainda tem muito que conquistar. É preciso ter consciência do próprio corpo e enterrar de vez valores que foram pregados durante anos, como a oportuna constatação de que o homem sente mais vontade de sexo que as mulheres. Lamentavelmente, a educação que seria um dos meios para resolver as desigualdades, também é afetada pelo machismo e a exploração.

Falamos da situação das professoras, que com a mesma formação dos homens recebem salários diferenciados.

A mulher negra triplamente oprimida, sendo utilizada como cartão-postal de oferecimento sexual, e mão de obra barata. Surgindo a necessidade de políticas de Estado e medidas efetivas para combater o racismo.

Encerramos com o artigo sobre uma estudante de turismo que foi agredida na faculdade em que estudava por usar uma roupa muito curta. Será que se fosse uma “atriz”, agiriam dessa forma?

Enfim, todos os direitos que conquistamos ainda não são suficientes para viver de maneira digna. Ser verdadeiramente mulher, um ser político de opiniões, desejos e vontades.

Que em 2010 a nossa luta continue!

por Elaine Zaragosa

_________________________________

5 comentários em “La Lunna – Retrospectiva 2009: A Luta Continua”

  1. Parabens pelo blog e pela seriedade como é tratada a proposta! Realmente há muitoa fazer: cito dois exemplos
    1) na periferia de Sao Paulo, as mulheres sofrem com a responsabilidade de terem que assumir as familias desde cedo, sem orientação elas tem diversos filhos e os pais das crianças as abandonam, grande percentual dos homens dessas regioes ou estao presos ou estao viciados em drogas, deixando de ser arrimo da familia para se tornar um problema a mais para toda a familia. As mulheres praticamente criam sozinhas os filhos e com o passar do tempo o numero de homens diminui devido aos problemas ja citados.
    2) a situação da mulher na igreja é pouco estudada, todas as igrejas sustentadas pelos livros escritos por homens as oprimem. na catolica ela nao participa de nenhum concilio, nao há bispas, nao ha papisas! Nas evangelicas elas sao obrigadas a cobrir a cabeça com veus e sao impedidas de pregar, devem acatar a ideia de que ” o homem é o cabeça do casal” e ela sendo filha de eva ( pecadora) deve obedecer ao filho de adão !
    com relação as religoes mais antigas, bem podemos ver as familias na rua, o homem anda na frente e a mulher atras! É UMA DOMINAÇÃO CULTURAL.
    PARABENS PELO BLOG
    IBERE
    http://ibererestivo.blogspot.com

    Responder

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.