A Loucura – Uivos Literários

Muitas coisas me aconteceram nos últimos tempos. Esse é o motivo principal de ter atrasado essa coluna, mas também é o motivo principal de escolher o tema de hoje: loucura.

A loucura é cercada de um misticismo e certa fascinação mórbida. Muitas vezes, olhamos com curiosidade, muitas vezes com medo.

Como retrato da vida, anseios e vontades dos seres humanos, a Literatura retratou várias vezes a loucura em seus escritos e eu, humildemente, fiz uma pequena seleção de obras que tratam do assunto de uma maneira ou outra.

Começando pelos clássicos, cito Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. De tanto ler histórias de cavalaria, o personagem principal acredita que vive uma. Acabamos nos solidarizando com ele, rindo um pouco da situação.

Outro mestre que gosto de lembrar é Machado de Assis, com “O Alienista”, onde fica evidente o questionamento sobre o que é loucura e o que é sanidade, deixando a linha entre os dois tênue e confusa, como tudo na obra machadiana. Aliás, poderia citar várias obras dele, mas não pretendo entregar todo o ouro de uma vez.

Citando mais um brasileiro, “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, mostra a loucura através da decepção, tanto do personagem central quanto de uma coadjuvante. Nesse mesmo estilo, loucura pela decepção, podemos citar os escritores românticos da primeira geração, que usavam desse artifício para forjar um final dramático para as desilusões de amor.

Trazendo para um tempo mais contemporâneo, posso citar uma das obras que mais me marcou até os dias de hoje: “Nunca lhe prometi um jardim de Rosas”, de Hannah Green. Através desse livro eu enxerguei muitas coisas na minha própria personalidade, tive uma visão realista dos problemas mentais e de quão perto eles estão do que se diz ser a sanidade. Através dessa obra eu descobri um pouco mais de mim e do mundo, e recomendo a todos que a leiam.

Sem me estender muito por essa semana, é essa a contribuição que deixo para vocês. 

—————

9 comentários em “A Loucura – Uivos Literários”

  1. Sendo loucura julgado tudo aquilo que transverte os padrões adotados como normais pela sociedade (nós), é comum ver atos de loucura nas coisas mais normais em uma obra de ficção. E é esta “loucura” q torna a obra tão instigante. A loucura torna-se sinônimo de coragem ao fazer aquilo que tantos queremos e não podemos (leia-se querer colocar a cara a tapa).
    Adorei o post.
    Seguindo a onda da galera, anotarei a sugestão de livro.
    Abraço

    Responder
  2. Pingback: PT Noticias
  3. Pingback: domelhor.net

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.