Uivos Filosóficos 2 – O Bem Maior: Jorge Luis Borges comparado ao Beowulf

Uivos Filosóficos

O Bem Maior que hoje conhecemos é seguir exemplos bíblicos. O início da humanidade está escrito em Genesis, portanto Adão é o primeiro homem; nas costelas a mulher nasce para ser obliterada moralmente pela civilização judaico-cristã até o século XX. Moisés sai do Egito partindo ao encontro da Terra Prometida. No alto da montanha fica cara a cara com o Senhor que lhe dita os Dez Mandamentos, entretanto Moisés é proibido de prosseguir à Terra Prometida: morre no alto da montanha. Deus promete a Abraão que não irá destruir Sodoma e Gomorra se, ao menos, tiver dez homens justos.

Jorge Luis Borges, escritor, nasceu em Buenos Aires no dia 24 de agosto de 1899, e morreu no dia 14 de junho em Genebra em 1986. Já falava inglês antes do espanhol; desde pequeno tinha o sonho de ser escritor e, aos oitos anos, escreveu o primeiro conto: La visera de natal. Aos nove anos, traduziu O príncipe Feliz, de Oscar Wilde. Queria ser escritor, porém não queria ser conhecido.

Beowulf é o primeiro épico da Literatura Inglesa escrito entre 700–1000 d. C. com 3.182 linhas, portanto o mais longo poema da Literatura Anglo-Saxã. Foi escrito por monges escandinavos quando a Inglaterra estava em formação. O épico narra o confronto do herói com o terrível monstro Grendel, um ogro que aterroriza a corte do Rei Hrothgar. O monstro devora os súditos no castelo todas as noites quando há festejos. Beowulf é o herói que derrota Grendel com seus próprios punhos. Posteriormente derrota a mãe de Grendel e se torna Rei dos Danes. O herói (natural da Suécia) queria espalhar a sua fama de guerreiro.

Borges x Beowulf

A busca do Bem Maior da humanidade está além do que ir a uma casa religiosa para simplesmente descobrirmos os segredos da vida (não que seja ruim ir à uma igreja), ao menos que sirva como algo mais racional.

Jorge Luis Borges realiza seu sonho de ser escritor: em 1923 publica Fervor de Buenos Aires; porquanto é com Ficciones e com O Aleph que fica conhecido no mundo inteiro. Seus contos são histórias fantásticas com teor filosófico, ditava os sentimentos humanos, sejam poesias ou contos. Borges adorava enciclopédias, a sua preferida era a IX Encyclopaedia Britannica. Foi professor de Literatura Inglesa na Universidade de Buenos Aires, onde pode expressar mais os sentimentos sobre essa Literatura. Ficou cego em 1955, porém nunca parou de escrever. Sempre foi ao encontro da sabedoria, seus livros passaram a ser ditados para a sua mãe, com a morte desta em 1975, foi ajudado por amigos e por Maria Kodama sua mulher e secretária particular.

Um homem quando encontra o inevitável tem que saber reiniciar a sua vida, Borges nunca foi derrotado pela cegueira, pois lecionava, dava conferências e viajava o mundo. Um homem nunca deve ser perfeito, deve cometer muitos erros; porque a perfeição não sabemos ainda defini-la, a vida é feita de momentos, por conseguinte, não é bom perde-los.

No poema Instantes, Borges diria: Viva a vida! O mundo precisa de protagonistas e antagonistas, guerra e paz, tristeza e felicidade. Sempre haverá lados opostos, mas para o Bem Maior. Há vários exemplos a serem seguidos em busca do Bem Maior na vida de cada um. Basta uma biblioteca para alguns, sinfonia para outros; uma conversa com amigos e inimigos é o suficiente para entrar numa complexa biblioteca. Borges já imaginou que o universo seria uma vasta biblioteca, e é assim a nossa vida. Escrevemos páginas por páginas todos os dias, tão somente aceitar a lei dos opostos. Isso pode justificar o príncipe Hamlet, basta fazermos as escolhas certas.

A comparação de Borges com Beowulf é que os dois eram heróis distintos: Borges era um homem gentil, não queria fama, pois queria ser um escritor obscuro. Beowulf era um homem bondoso, logo queria fama; a sua coragem de enfrentar um terrível ogro, livra o reino de Danes do terrível dragão que aterroriza as pessoas. A coragem de Beowulf propaga-se no caminho humano de enfrentar os nossos dragões com um funeral mitológico. A coragem de Borges é o fato de que o homem pode se superar quando o temível dragão da vida aparecer e revelar as fraquezas que temos dentro de nós, então é só encará-lo de frente com punhos e inteligência. Isso é o Bem Maior.

Fontes:

Ficções – Jorge Luis Borges

www.artelivre.net

A Lenda de Beowulf. Filme (2007) Diretor: Robert Zemeckis. Roteiro: Neil Gaiman e Roger Avary. Distribuidora: Warner Bros. Duração: 113min.

www.lone-star.net.literature\beowulf

Curso de Literatura Inglesa – Jorge Luis Borges.

______________________________________

2 comentários em “Uivos Filosóficos 2 – O Bem Maior: Jorge Luis Borges comparado ao Beowulf”

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.