Uivos Filosóficos 6 – A Morte

Uivos Filosóficos

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A Morte.

O cardeal Basil Hume disse que estava morrendo para o abade Ampleforth, o abade que estava entretido respondeu: “Parabéns! Que ótima notícia. Queria estar indo com o senhor.”

Morte.

Esse pequeno substantivo tira o sono de muita gente. A vida é curta, pode ser o motivo pelo qual nós, pequenos seres num vasto universo que olhamos para o relógio como fôssemos o coelhinho do “Alice no país das maravilhas”, todos os dias corremos contra o tempo.

Temos a cada dia da semana algum compromisso. Trabalho, escola, encontrar-se com a namorada, assistir ao jogo, etc.

A morte assusta, assustou e assustará por mais que achemos que não pensamos na morte, no entanto, está sempre lá, no mais recôndito do nosso subconsciente.

Sócrates (470-399 a. C.) caminhou num mercado, parou, viu diversas tendas, e chegou à seguinte conclusão: os atenienses não precisavam de tudo aquilo. Talvez quisesse se livrar de coisas efêmeras.

Esta ideia de Sócrates foi o ponto para a filosofia cínica, fundada por Antístenes, discípulo de Sócrates. Para os cínicos, não precisamos nos preocupar com coisas transitórias, nem com o sofrimento e muito menos com a morte. O mais importante dos cínicos foi Diógenes, discípulo de Antístenes. Alexandre, o Grande, um dia perguntou-lhe se tinha algum desejo, a fim de que satisfizesse o desejo de Diógenes (dizem que ele vivia dentro de um barril); o sábio retrucou-lhe que sim, desde que saísse da frente do seu sol. O cínico na filosofia é diferente do cinismo em que estamos habitados: a pessoa cínica, o imprudente.

O estoicismo, alusão ao pórtico – stoa em grego – fundado por Zenão de Cítio (323-265 a. C.). Assim como Heráclito (540-480 a. C.), via a alma feita de fogo, pois todos os elementos retornavam a ele num giro sem fim. Na filosofia estoica os processos naturais são regidos pelas leis da natureza, por exemplo, a dor e a morte. O homem tem que aceitar o seu destino. O mais influente estoico foi o romano Sêneca.

Sócrates tinha um aluno chamado Aristipo. Para ele, temos que expurgar todas as dores do sofrimento, por isso, é o mal supremo. O prazer, o bem supremo; logo aproximar tudo aquilo que nos satisfaça, ou o que desejamos. Diferente dos cínicos e dos estoicos, para suportar todas as dores, já diferente de afastar as dores ou sofrimento, isso é a filosofia dos epicureus, fundada por Epicuro (341-270 a. C.) por volta de 300 a. C. em Atenas; mesclava o prazer de Aristipo com a teoria do átomo de Demócrito (460-370 a. C.). Os epicureus eram chamados de “filósofos do jardim”, porque se reuniam no jardim; não acreditavam na vida após a morte; na teoria do átomo, basta lembrar que após a morte os átomos da alma se espalham pelo mundo. Não temos motivos para ter medo da morte, porquanto quando somos, a morte não é, quando passa a ser, nós não somos. Epicuro resumiu nos “quatro remédios” para nos liberarmos da morte.

Não precisamos temer os deuses, não precisamos nos preocupar com a morte. É fácil alcançar o bem. É fácil suportar o que nos amedronta.”

A causa de temermos a morte é as pregações dos religiosos.

Se você é mal, vai para o inferno, se você for bom, vai para o céu.

“A religião definiu o que é certo e errado”

A cada ação do indivíduo ele é analisado num ponto de vista mais assentado nos discursos das autoridades religiosas. Alguns religiosos têm medo de viver, alegando que vive sob as diretrizes e olhos de Deus, logo, Jesus tem “as chaves da morte e do inferno”. A religião definiu o que é certo e errado.

Ainda não nos livramos da abstinência da morte como foi ditado. Mudar aquilo que nós somos viciados não é crime. Mudar é o drama humano. Os religiosos são os que mais temem a morte; já que leem tanto a Bíblia não deveriam temê-la, se nos “ensinam” tanto, pra que temer o inferno. Lembrem do exemplo do abade no começo do artigo (se todos os religiosos pensassem assim), portanto a morte nada mais é do que “nós não somos mais”.

Para conhecer mais leia:

O mundo de Sofia. Jostein Gaarder.

Iniciação à História da Filosofia. Danilo Marcondes.

Filosofia. Stephen Law.

O Livro de Mórmon. Outro testamento de Jesus Cristo.

Deus, um delírio. Richard Dawkins.

DVD:

Quem somos nós. Distribuidora: Play Arte Home Vídeo.

8 comentários em “Uivos Filosóficos 6 – A Morte”

  1. Inclusive dizem: Que devemos temer a Deus!
    Mas se tememos a morte, então Deus é morte? Sinceramente, lá no inconciente de cada um, não tememos morrer, mas sim como vamos morrer e q. há depois dela. Será q. vamos ficar dormindo ou solitários? Seremos julgados pelos nossos erros como dizem os mais velhos ou simplesmente viveremos uma outra vida? Tudo é um mistério e isso é bom, pois nos induz a viver na angustia de não sabermos quando e como iremos morrer….Por isso, devemos viver sem esperar a morte e deixe q. Deus ou o destino decida isso. Parabéns!

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